Em mais de vinte anos vivendo a ortopedia, um assunto que sempre retorna ao meu consultório são as dúvidas sobre o bloqueio de geniculares. Especialmente para pacientes com dor crônica no joelho, que já passaram por fisioterapia, infiltrações ou se preocupam com a progressão da artrose, surgem muitas questões sobre este procedimento. Conhecendo cada vez mais o potencial desse método, resolvi responder as cinco perguntas mais frequentes que escuto em minha rotina e que podem ser decisivas para quem pensa em buscar essa alternativa.

Como o bloqueio de geniculares funciona, afinal?
Essa é a pergunta de partida, e, talvez, a que mais mexe com a imaginação dos pacientes. O bloqueio de geniculares é um procedimento minimamente invasivo e guiado por imagem, geralmente aplicado em pessoas com dor persistente no joelho de origem articular, especialmente nos casos de osteoartrite. Eu o utilizo bastante em pacientes que não encontraram alívio suficiente com tratamentos tradicionais ou não têm perfil para cirurgia.
O procedimento consiste em injetar anestésicos (e, eventualmente, corticoides) próximos aos nervos geniculares. Esses nervos são responsáveis por transmitir a sensação de dor do joelho para o sistema nervoso central. Ao bloqueá-los, é possível aliviar, temporariamente, a dor articular intensa.
Aliviar sem cortar. Tratar sem afastar o paciente da rotina.
Na prática clínica, tenho observado que essa é uma via interessante, principalmente para quem tem contraindicação ou medo de cirurgia. E a literatura científica que sigo corrobora: um estudo publicado no PubMed Central mostrou que cerca de 80% dos pacientes com osteoartrite grau 3 e 4 relataram redução marcante da dor no primeiro mês após o bloqueio, com escore médio caindo de 8 ou 9 para 2 ou 3 (estudo publicado no PubMed Central).
Por que indica-se esse procedimento?
Cada paciente é único, claro, mas há alguns perfis que se repetem e que, em minha rotina e na literatura, mostram maior benefício com o método:
- Pessoas com dor crônica no joelho que não melhoram mesmo com fisioterapia, medicamentos ou infiltrações simples.
- Pacientes idosos com riscos cirúrgicos elevados ou que não desejam procedimentos maiores.
- Indivíduos em lista de espera para cirurgia, mas que precisam de alívio imediato da dor para funções diárias.
- Aqueles interessados em experimentar métodos minimamente invasivos antes de optar por grandes intervenções.
Eu costumo explicar que não é “a cura milagrosa”, porém, para muitos pacientes, representa uma janela de melhor qualidade de vida. Inclusive, a Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação pontua o bloqueio ecoguiado dos geniculares como uma alternativa para quem falhou nas opções conservadoras.
Importante dizer: nem todo mundo é candidato ao bloqueio. Avaliação criteriosa faz parte do processo em meu consultório, alinhando expectativa e segurança.
Como é feito o bloqueio na prática?
Pacientes costumam se surpreender com a simplicidade e velocidade do procedimento. O bloqueio de geniculares geralmente ocorre em consultório, sem necessidade de internação.
Eu começo com assepsia rigorosa e anestesia local. Então, uso um aparelho de ultrassom (ou, em cenários específicos, de raio-X) para localizar os nervos geniculares principais. A agulha é guiada milimetricamente até essas estruturas. Em poucos minutos, a aplicação é finalizada. O paciente permanece em repouso breve para observação e pode voltar para casa no mesmo dia, andando sem restrições, exceto por algumas orientações de cautela nas primeiras 24 horas.
Quais resultados posso esperar com o bloqueio?
Essa questão é das mais legítimas porque envolve esperança, mas também um pouco de receio. Costumo ser direto: o bloqueio de geniculares traz alívio rápido da dor em 7 a 8 de cada 10 pacientes. Isso, claro, depende do perfil clínico de cada um, da intensidade da dor e da doença de base.
Em minha experiência e revisando publicações de peso (estudo no PubMed Central), geralmente a melhora começa nas primeiras 24 a 48 horas. A duração varia, normalmente de um a três meses, podendo chegar além disso em casos mais responsivos. Nesses casos, há possibilidade de repetir o procedimento mediante nova avaliação.
- Alívio rápido e retorno ao movimento.
- Maior facilidade na realização de atividades básicas.
- Redução da medicação oral para dor, em muitos cenários.
Claro, não é uma solução definitiva nem “abre portas” para atividades esportivas intensas em todos os casos. A ideia central é dar tempo e bem-estar enquanto se avalia a evolução clínica ou se planeja outra etapa do tratamento.

Bloqueio de geniculares é seguro? Existem riscos graves?
Como ortopedista, sempre levo a sério qualquer procedimento, mesmo os chamados minimamente invasivos. Os riscos existem, mas são baixos. Entre eles, destaco:
- Desconforto ou hematoma no local da aplicação.
- Infecção local (bem rara, por conta das técnicas de assepsia).
- Possível dormência passageira ou, muito raramente, reação ao anestésico.
Em minha prática e com base na literatura (Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação), destacar que as complicações graves são pouco comuns é honesto e respeitoso ao paciente. A conversa franca e o acompanhamento próximo fazem parte do processo. Se o paciente apresentar sinais incomuns, oriento procurar orientação médica imediatamente.
Bloqueio de geniculares e medicina regenerativa: uma combinação possível?
Esse ponto merece menção, até porque muitos pacientes que chegam ao consultório querem saber se o bloqueio “regenera” a articulação. A resposta curta é: não, ele não promove reconstrução do tecido articular. O bloqueio atua no controle da dor e na qualidade de vida.
No entanto, ele pode ser um facilitador para que o paciente realize fisioterapia, exercícios controlados e, eventualmente, tratamentos regenerativos como infiltrações com ácido hialurônico ou biotecnologias. No consultório do Dr Bruno Pavei, tenho visto bons resultados quando combino abordagens minimamente invasivas pensando sempre em devolver movimento e confiança ao paciente.
Para quem deseja acompanhar conteúdos sobre avanços em medicina regenerativa ou métodos minimamente invasivos, mantenho artigos atualizados que podem aprofundar a discussão sobre o tema.
Conclusão
Na minha prática, o bloqueio de geniculares se consolidou como um aliado respeitável frente à dor refratária no joelho. Não é solução mágica. É, sim, uma ponte para devolver movimento e esperança, frequentemente em direção a melhores possibilidades de reabilitação e bem-estar. Existem muitas alternativas, claro, e abordo isso em outras reflexões nos temas de joelho, ortopedia e tratamentos minimamente invasivos, como em um caso ilustrativo recente.
Se você deseja saber se o bloqueio de geniculares pode servir ao seu caso ou conhece alguém que precise desse tipo de abordagem, convido a conhecer melhor o trabalho do Dr Bruno Pavei em Criciúma e os tratamentos oferecidos. Agende uma avaliação e descubra, ao lado de quem entende, como retomar qualidade de vida com segurança e informação.
Perguntas frequentes sobre bloqueio de geniculares
O que é o bloqueio de geniculares?
O bloqueio de geniculares é um procedimento minimamente invasivo em que anestésicos são aplicados junto aos nervos geniculares, responsáveis por transmitir a dor do joelho. O objetivo é aliviar a dor articular intensa, geralmente em pacientes com osteoartrite ou dor crônica sem resposta a outros tratamentos.
Como é feito o bloqueio de geniculares?
O procedimento é realizado com anestesia local, sob orientação de ultrassom ou raio-X, localizando os principais nervos geniculares e aplicando os medicamentos por meio de uma agulha fina. O paciente não precisa de internação e pode voltar às atividades leves no mesmo dia, com algumas restrições básicas nas primeiras horas.
Para quem é indicado o bloqueio de geniculares?
É indicado especialmente para pacientes com dor crônica no joelho (por artrose ou outras causas) que não obtiveram alívio significativo com tratamentos conservadores ou não podem se submeter a cirurgias mais agressivas. Também pode ser usado para quem aguarda cirurgia ou precisa melhorar a função rapidamente.
Quais os riscos do bloqueio de geniculares?
Os riscos são baixos, principalmente quando o procedimento é feito por um especialista. Entre os mais relatados estão hematoma, desconforto local e, raramente, infecção ou reação ao anestésico. Prevenção e acompanhamento cuidadoso reduzem ainda mais essas chances.
Quanto custa um bloqueio de geniculares?
O valor do bloqueio pode variar de acordo com cidade, tipo de instituição e equipe médica envolvida. Em geral, o custo é inferior ao de cirurgias, representando uma alternativa acessível e menos invasiva para muitos pacientes. O ideal é agendar consulta para avaliação personalizada, pois a indicação correta traz mais segurança e resultado.











