Durante minha carreira na ortopedia, um dos assuntos que mais capta a atenção dos meus pacientes com dor crônica no joelho é o bloqueio dos nervos geniculares. Eu já acompanhei inúmeros casos em que esse procedimento transformou queixas persistentes em alívio real. Sinto que escrever sobre o tema é quase uma forma de esclarecer dúvidas que ouço diariamente e compartilhar conhecimento sobre uma alternativa moderna, menos invasiva e segura para tratar a dor no joelho.
O que são nervos geniculares e qual seu papel na dor do joelho?
O joelho é uma das articulações mais importantes do corpo, e também uma das que mais sofre com processos degenerativos e traumáticos. Os nervos geniculares são ramos nervosos responsáveis por transmitir sensações, especialmente de dor, provenientes da cápsula articular e das regiões ósseas do joelho para o sistema nervoso central.
De forma geral, esses nervos não estão ligados à força ou ao movimento do membro. O principal papel deles é transmitir sinais de dor provenientes do joelho para o cérebro. Assim, ao bloquear esses nervos, conseguimos interromper ou diminuir esses sinais, proporcionando alívio ao paciente.
Reduzir o caminho da dor muitas vezes significa devolver qualidade de vida.
Como funciona o bloqueio dos nervos geniculares?
A técnica consiste na aplicação de uma medicação anestésica, normalmente acompanhada ou não de corticoide, diretamente nos pontos ao redor do joelho onde passam os nervos geniculares. Tudo é feito com o paciente acordado, geralmente sob efeito de anestesia local e guiado por métodos de imagem, como a ultrassonografia de alta resolução.
Do ponto de vista prático, o procedimento leva pouco tempo, normalmente entre 20 a 30 minutos. Uso de técnicas de imagem, principalmente a ultrassonografia, minimiza o risco de complicações e aumenta a precisão do bloqueio. Estudos brasileiros demonstram isso, como um levantamento do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos indicando ausência de complicações relevantes quando são obedecidos protocolos de segurança, como uso de ultrassonografia e estimulador nervoso (estudo registrado no REBEC).
Há casos em que o bloqueio é feito apenas como teste, para ver a resposta inicial do paciente. Se houver melhora, podem ser indicadas sessões com radiofrequência, visando um bloqueio mais prolongado. Aqui, cada caso sempre é avaliado individualmente.
Em quais situações indico o bloqueio genicular?
Esse procedimento tornou-se referência no controle de dor refratária em pacientes com artrose avançada de joelho que não respondem ao tratamento conservador, mas ainda não têm indicação cirúrgica formal. Eu diria que, principalmente em consultório, avalio os seguintes perfis:
- Dor crônica em joelho devido à osteoartrite, quando analgésicos comuns já não surtem mais efeito;
- Pós-operatório de artroplastia do joelho, para auxiliar no controle da dor e aceleração da reabilitação;
- Pacientes que, por questões de saúde, não podem se submeter a uma cirurgia, ou preferem evitar uma intervenção mais invasiva;
- Casos de dor residual após lesões ou cirurgias que não apresentaram o alívio esperado.
Há ainda outros cenários mais raros, como situações de dor neuropática associada. Como toda indicação médica, tudo depende do contexto clínico e da avaliação cuidadosa, respeitando sempre as preferências e objetivos do paciente.
Como é realizada a preparação e o procedimento?
Na minha rotina de consultório em Criciúma, o protocolo sempre começa com anamnese detalhada, exame físico e análise de exames de imagem recentes. Explico ao paciente as etapas do procedimento, reviso alergias, comorbidades e discuto as expectativas.
- O paciente se posiciona de maneira confortável, geralmente deitado e com o joelho ligeiramente flexionado.
- Realizo limpeza da pele e preparo do campo, reduzindo risco de infecção.
- Utilizando a ultrassonografia, localizo os nervos geniculares. Isso aumenta a confiança e a precisão na administração do bloqueio.
- Introduzo a agulha fina, guiando em tempo real até os pontos exatos.
- Aplico pequenas quantidades do anestésico (com ou sem corticoide, dependendo do caso).
- Após o procedimento, o paciente permanece em observação por cerca de 30 minutos e pode retornar para casa no mesmo dia.
O alívio da dor costuma ser percebido em minutos ou poucas horas. Em muitos pacientes, há uma redução importante na limitação funcional, mesmo que temporária.
Vantagens, limitações e possíveis efeitos colaterais
Eu entendo o receio dos pacientes ao sugerir um procedimento no joelho. Sempre reforço que se trata de uma abordagem minimamente invasiva, rápida, realizada em consultório e com baixo risco.
Entre as vantagens, destaco:
- Rápida recuperação e retorno às atividades;
- Evita internações hospitalares e anestesia geral;
- Reduz o consumo de medicamentos orais e seus efeitos adversos;
- Possibilidade de repetição em caso de reaparecimento dos sintomas.
No entanto, como todo procedimento médico, não é isento de efeitos colaterais. Entre os possíveis, destaco dor local transitória, equimose (mancha roxa), reações alérgicas, parestesia temporária ou, muito raramente, infecção local. Não observei complicações graves em minha trajetória, algo que já é relatado em estudos nacionais sobre segurança do método (técnica segura quando guiada por ultrassom e estimulador de nervos).
Algumas pesquisas também exploram abordagens não invasivas para o controle da dor, como estimulação magnética transcraniana e acupuntura. Porém, em situações articulares do joelho, o bloqueio dos nervos geniculares já demonstrou resultados rápidos e objetivamente mensuráveis em limiar de dor, conforme apontado por estudos com algometria.
Quando não realizar o bloqueio?
Eu evito realizar o procedimento nos casos em que há infecção ativa no local, alergia aos medicamentos usados, distúrbios graves de coagulação ou resistência do paciente ao método. Nestes contextos, lanço mão de alternativas viáveis, sempre alinhando a escolha ao histórico clínico e às preferências.
Esse olhar individualizado é um diferencial em minha prática, e faz parte do compromisso que carrego em todas as minhas condutas, especialmente aquelas ligadas à medicina regenerativa e tratamentos minimamente invasivos, como abordo no blog sobre tratamentos minimamente invasivos.
Nota sobre acompanhamento e futuras intervenções
Muitas vezes, o bloqueio genicular é apenas o primeiro passo. Após o alívio da dor, costumo incentivar o início rápido do fortalecimento muscular e fisioterapia, buscando ganhos duradouros. Em situações onde há indicação cirúrgica, mas o paciente opta por postergar, o bloqueio pode oferecer tempo e qualidade de vida a mais, permitindo escolhas com menos dor e mais consciência.
Quem busca informações mais aprofundadas sobre dor no joelho, procedimentos ortopédicos e avanços em artroscopia pode encontrar no meu espaço, tanto na categoria joelho quanto em ortopedia, conteúdos que ampliam o entendimento de tudo o que envolve essa articulação.
Buscar alívio é legítimo. Caminhar sem dor é possível.
Conclusão
Eu vejo o bloqueio dos nervos geniculares como uma alternativa moderna, segura e eficaz para muitos casos de dor crônica no joelho. Sempre avalio, caso a caso, a história do paciente, suas necessidades e expectativas. Se você procura soluções menos invasivas, mais tecnológicas e deseja fugir de cirurgias, os métodos que aplico, com base em medicina regenerativa e técnicas avançadas, podem ser a resposta. Conheça mais sobre meu trabalho, leia relatos e saiba como posso ajudar você. Essa é a missão do Dr Bruno Pavei e minha paixão pela ortopedia moderna.
Se você se interessa por novidades em ortopedia ou quer tirar dúvidas sobre bloqueio genicular, acesse a página de posts recentes e agende sua avaliação comigo. O seu próximo passo pode estar mais leve do que você imagina!
Perguntas frequentes
O que é o bloqueio dos nervos geniculares?
O bloqueio dos nervos geniculares é um procedimento minimamente invasivo feito para aliviar a dor no joelho, interrompendo os sinais dolorosos enviados desses nervos ao cérebro. Ele consiste na aplicação de anestésicos em pontos exatos ao redor do joelho, geralmente guiado por ultrassonografia.
Para que serve o bloqueio genicular?
Serve principalmente para tratar dor crônica no joelho, comum em casos de artrose, dor após cirurgias ou em pacientes sem resposta adequada a analgésicos convencionais. É uma solução que ajuda a adiar ou evitar procedimentos cirúrgicos mais invasivos, proporcionando autonomia e melhora funcional ao paciente.
Como é feito o bloqueio genicular?
O bloqueio é realizado em consultório, utilizando anestesia local e, quase sempre, ultrassonografia para localizar os nervos. Uma agulha fina é direcionada para os pontos estratégicos ao redor do joelho e o anestésico (com ou sem corticoide) é aplicado. O paciente costuma retornar para casa logo após o procedimento.
Quais os riscos do bloqueio genicular?
Os riscos são baixos, sobretudo quando feita com imagem e técnica correta. Podem ocorrer dor no local da aplicação, hematoma, reações alérgicas ou, mais raramente, infecção local. Protocolos seguros, como os relatados em ensaios clínicos nacionais, mostram que o método é bem tolerado e eficaz, quando realizado por profissionais qualificados.
Quanto custa o bloqueio dos nervos geniculares?
O valor do procedimento pode variar conforme região, estrutura clínica e materiais utilizados. No consultório do Dr Bruno Pavei, sempre há uma avaliação prévia e explicação transparente de todos os custos, priorizando a relação médico-paciente. Recomendo agendar uma consulta para saber valores atualizados e opções de pagamento disponíveis para cada caso.