Estima-se que cerca de 2 milhões de brasileiros sejam atingidos pela artrite reumatóide, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia. O problema pode se manifestar em ambos os sexos e em todas as idades, mas é mais frequente em mulheres entre 50 e 70 anos.
Entenda a artrite reumatóide
A artrite reumatóide é uma doença autoimune, ou seja, se desenvolve como consequência de um desequilíbrio do sistema imunológico que ataca os tecidos saudáveis por engano, no caso as articulações. Trata-se de uma condição inflamatória crônica que afeta as membranas sinoviais – uma fina camada de tecido conjuntivo presente nas articulações.
Este tipo de artrite pode se desenvolver nas mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros, coluna cervical e até em órgãos internos, como pulmões, coração e rins de indivíduos com predisposição genética.
Sintomas
A dor e inchaço das articulações, principalmente nos dedos das mãos e pés, joelhos, tornozelos e ombros são os principais sinais da artrite reumatóide. No entanto, pacientes com a doença também costumam apresentar outros sintomas como rigidez matinal que pode durar por horas, mal-estar, diminuição do apetite, perda de peso, cansaço, febre baixa.
Um aspecto importante da artrite reumatóide é que ela costuma se manifestar primeiramente nas articulações menores, como as juntas que ligam os dedos às mãos e os dedos dos pés aos pés. Posteriormente, com a progressão da doença, os sintomas podem se espalhar para os pulsos, joelhos, tornozelos, cotovelos, quadris e ombros.
À medida que a artrite reumatóide piora, as juntas se deformam e nódulos firmes de tecido, chamados de nódulos reumatoide, começam a aparecer nas articulações, o que pode comprometer os movimentos.
Causas
As causas da artrite reumatóide ainda são desconhecidas pela medicina. No entanto, pesquisas mostram que existem alguns fatores relacionados ao desenvolvimento da doença. Um deles é a presença de vírus e bactérias no organismo, o que pode desencadear um desequilíbrio no sistema imunológico, e assim resultar na artrite reumatoide. Situações estressantes físicas ou emocionais também podem desencadear ou ativar a doença.
Ainda assim, a genética ainda é um dos fatores principais para o desenvolvimento da artrite reumatoide. Pacientes que possuem algum parentesco com pessoas que têm a doença são mais predispostos a desenvolver a patologia, já que a carga genética passada de pai para filho pode conter genes que estão associados à artrite.
Além disso, pesquisas apontam que o contato com algumas substâncias como o cigarro e a sílica, elemento principal que constitui a areia, pode facilitar o desenvolvimento da artrite reumatoide.
Diagnóstico
Por vezes, o diagnóstico precoce da artrite reumatóide é um pouco difícil uma vez que a doença se apresenta com períodos de crise e de melhora dos sintomas. Além de que, na fase inicial da doença, os sintomas típicos como dor, inchaço e limitação da função das articulações comprometidas, rigidez articular matinal e dores musculares generalizadas podem não se manifestar de forma tão abrupta.
Como não existe um exame específico capaz de identificar a doença, o diagnóstico de artrite reumatoide levará em consideração diversos aspectos: histórico pessoal e familiar do paciente, exame clínico das juntas para identificar inchaço, dores ou limitações na realização dos movimentos e a presença de inflamação.
Exames clínicos, como o de velocidade de hemossedimentação (VHS) e também a dosagem da proteína C reativa (PCR) também são utilizados para identificar o grau de inflamação.