Cinco mitos comuns sobre PRP no joelho segundo a ciência

Médico ortopedista analisando exames de joelho com tecnologia avançada para tratamento PRP

Quando comecei a atender pacientes em meu consultório em Criciúma, SC, percebi que as dúvidas sobre novas opções para tratar dores e lesões no joelho eram quase sempre acompanhadas por muitos mitos. O PRP—Plasma Rico em Plaquetas—se tornou uma dessas tecnologias envoltas em fantasias e expectativas elevadas, ainda mais com o avanço da medicina regenerativa. Hoje, gostaria de apresentar, com base em evidências e experiência clínica, cinco mitos que mais escuto sobre o PRP no joelho. E, claro, como a ciência responde a cada um deles.

Médico aplicando PRP no joelho de um paciente

Mito 1: PRP cura qualquer problema no joelho

Sempre que vejo um paciente animado dizendo “vou fazer PRP e tudo vai resolver”, meu papel é ser honesto. O PRP não é uma solução mágica universal, e a sua real utilidade depende do tipo e estágio da doença do joelho. Por exemplo, para artrite avançada com lesão óssea extensa, os benefícios podem ser limitados. Estudos clínicos, como o ensaio clínico prospectivo com 120 participantes, reforçam que o efeito positivo é mais claro em fases iniciais da osteoartrite.

Nem sempre o inovador substitui o tradicional.

Já testemunhei situações em que, após uso controlado do PRP e reabilitação, o alívio da dor trouxe autonomia para pessoas antes resignadas à cirurgia. Porém, é preciso racionalidade. O sucesso do tratamento envolve diagnóstico preciso, as indicações corretas e, claro, expectativas ajustadas à sua situação.

Mito 2: PRP é igual para todos

Algo que pouca gente entende é que o PRP é um produto biológico. Ou seja, ele vem do próprio sangue do paciente e pode variar muito, dependendo do equipamento, do protocolo da coleta e até mesmo da saúde individual do paciente. Em publicações detalhadas por órgãos como Anvisa, fica evidente que estas diferenças influenciam no resultado.

No consultório, pergunto sobre hábitos, doenças crônicas, medicamentos em uso e fatores como idade e tabagismo antes de sugerir o PRP. Já vi casos em que pacientes jovens, saudáveis, apresentaram resultados mais duradouros e intensos na melhora da dor.

  • Características individuais alteram a composição do PRP.
  • Protocolo padronizado é necessário para garantir segurança, como aponta a Anvisa.
  • Resultado final depende, sim, desses detalhes – não existe um “PRP genérico”.

Mito 3: Bastam só algumas aplicações para resolver o problema

Quem busca rapidez às vezes se decepciona. O PRP costuma ser feito em múltiplas aplicações, normalmente três sessões em intervalos semanais, conforme sugerido por pesquisas como o ensaio randomizado com 256 participantes sobre osteoartrite.

Os resultados favoritos dos pacientes são aqueles que respeitam o tempo de resposta do próprio corpo.

Já tive pacientes que, após uma única aplicação, relataram melhora, mas outros precisaram reaplicar para perceber benefícios. O corpo demora para remodelar tecidos e controlar inflamações. Se alguém promete melhoras milagrosas em uma semana após uma única sessão, desconfie. O tratamento com PRP é, de fato, gradual.

Mito 4: PRP substitui outras formas de tratamento

Outro erro muito comum, talvez por excesso de promessa em redes sociais, é pensar que o PRP dispensa fisioterapia, fortalecimento muscular, mudanças no estilo de vida e outros cuidados. No meu trabalho diário, nunca recomendo o abandono do acompanhamento multidisciplinar.

Estudos longitudinais, como pesquisas que comparam PRP e viscossuplementação, mostram que a integração de técnicas, incluindo fortalecimento muscular e fisioterapia, potencializa resultados da terapia com PRP.

  • Fortalecer o quadríceps reduz dor e melhora a marcha.
  • Perda de peso diminui a sobrecarga articular.
  • Outros medicamentos ou infiltrações podem ser úteis em associação.

Uma frase que repito: “tratar o joelho é tratar o corpo inteiro”.

Médico explicando PRP a paciente sentada

Mito 5: PRP é 100% seguro e sem riscos

Por vir do próprio sangue do paciente, muita gente acredita que não há chance de efeitos adversos. De fato, a taxa de complicações graves é baixíssima, mas reações como dor, inchaço temporário ou desconforto podem acontecer. Até infecções, apesar de raríssimas, não podem ser completamente descartadas. Estudos clínicos relatam taxas de complicações pequenas, mas presentes.

No consultório, sigo normas da Anvisa e protocolos com material estéril e ambiente controlado, reduzindo drasticamente riscos. O segredo é não banalizar: orientação médica e acompanhamento próximo são fundamentais.

O PRP é seguro, mas a segurança depende do cuidado profissional.

Resultados e limitações segundo a ciência

Ao longo dos últimos anos, vi o entusiasmo com o PRP crescer tanto entre esportistas lesionados quanto entre idosos com artrose. Estudos brasileiros recentes apontam que o PRP pode ser tão eficaz quanto infiltrações tradicionais de ácido hialurônico para dor e função articular em osteoartrite leve a moderada (fonte).

Mas é impossível ignorar que, em quadros muito graves, seu potencial é mais modesto. Também não existem garantias de resposta em todos os casos, algo que sempre ajusto na primeira consulta. Além disso, segundo Anvisa, a padronização dos protocolos é essencial para evitar falhas e garantir a segurança dos pacientes.

O que tenho visto na prática? O PRP ajuda, sim, em muitos casos, principalmente quando combinado com outras medidas e inserido dentro do cuidado integral do joelho (leia mais sobre doenças do joelho e as abordagens modernas).

Situações em que considero o PRP

Em minha experiência, indico PRP principalmente para:

  • Pacientes com dor crônica em estágios iniciais de artrose;
  • Pessoas que já tentaram tratamentos convencionais, sem resposta satisfatória;
  • Atletas com lesões leves nos ligamentos ou tendões do joelho;
  • Quem prefere terapias minimamente invasivas com baixo risco, mas já recebeu informações realistas sobre as limitações dessa abordagem.

Costumo esclarecer essas opções mostrando os avanços da medicina regenerativa e, claro, sempre lembrando da necessidade de acompanhamento ortopédico.

Conclusão

Eu já vi e revi resultados após o PRP em muitos pacientes, e posso afirmar, de forma honesta, que o método não é milagre, mas também não é moda passageira. Separar mitos de fatos permite que você – e seu médico – escolham juntos o melhor caminho para tratar dores e lesões no joelho. Recomendo buscar informação de qualidade, conversar com profissionais atualizados e avaliar individualmente se o PRP realmente faz sentido para o seu caso.

No meu consultório, busco aplicar o que há de mais moderno, embasando cada passo na ciência e velocidade realista de cada tratamento. Se você deseja entender mais sobre terapias modernas e minimizar procedimentos invasivos, conheça também meu conteúdo sobre tratamentos minimamente invasivos e outros artigos no blog como este exemplo prático sobre ortopedia. Agende uma consulta e descubra o que a medicina regenerativa pode oferecer a seu joelho.

Perguntas frequentes sobre PRP no joelho

O que é PRP no joelho?

PRP significa Plasma Rico em Plaquetas, uma fração do sangue do próprio paciente, processada para concentrar fatores de crescimento que estimulam a regeneração dos tecidos do joelho. Este material é injetado em áreas com lesão ou desgaste para tentar reduzir dor, inflamação e promover reparo local.

PRP funciona mesmo para dor no joelho?

Conforme estudos recentes, como os ensaios randomizados e minha vivência clínica, o PRP pode trazer alívio de dor em casos de osteoartrite leve a moderada. A resposta, porém, depende do estágio da doença e do perfil do paciente.

Quanto custa o tratamento com PRP?

O valor varia bastante segundo o protocolo, número de aplicações e estrutura da clínica. Por ser algo personalizado e ainda não ter cobertura pelos planos de saúde em muitos casos, recomendo sempre solicitar orçamento detalhado diretamente com o profissional.

PRP substitui cirurgia no joelho?

Em muitos casos, o PRP pode adiar – ou às vezes evitar – uma cirurgia, especialmente nas fases iniciais da doença. Já em lesões avançadas ou estruturais, geralmente é complementar, não substitutivo.

Quais são os riscos do PRP?

Os riscos são considerados baixos, sobretudo se comparados a outros procedimentos invasivos. Podem ocorrer leve dor, inchaço, calor local e, raramente, infecção. O principal fator para minimizar riscos é seguir protocolos técnicos e ser acompanhado por especialista em ortopedia.

Siga minhas redes sociais

Contato

Telefone

(48) 3437-1788

Osteoclínica

Rua João Cechinel, 368. 5o Andar.​ Criciúma - SC

Whatsapp

Agende pelo Whatsapp

Desenvolvido por Evolua Doutor

© Copyright 2019 Dr. Bruno Pavei - Todos os direitos reservados