Pode parecer estranho utilizar a palavra “derrame” para lesões que não sejam no cérebro, mas esse termo é empregado também quando o problema ocorre na articulação. Nesse caso usamos a expressão derrame articular para se referir ao acúmulo líquidos (sangue, pus ou líquido sinovial) dentro da articulação, o que ocorre de forma mais comum no joelho.
Como ocorre o derrame articular?
Não apenas o joelho, mas as demais articulações do corpo são repletas de fluidos que servem como lubrificantes, como é o caso do líquido sinovial. Quando a articulação sofre uma lesão ou apresenta inflamação, o organismo libera a produção de mais fluídos como forma de proteger o local lesionado.
Assim, quando os líquidos ou fluidos se acumula na região, ocorre o que chamamos de derrame articular. De modo geral, esses líquidos podem ser sangue ou o próprio líquido sinovial produzido em excesso devido a uma inflamação – popularmente conhecido como água no joelho. O acúmulo de pus, que é produzido em consequência de infecções, também pode causar derrame articular, porém infeccioso.
Diagnóstico do derrame articular
Existem várias fatores que contribuem para o acúmulo de líquido no joelho – seja sangue, líquido sinovial ou pus – e consequentemente para o derrame articular. É por isso que esse problema exige cuidados de um médico especialista, geralmente o ortopedista, que realizar exames na região a fim de descobrir as reais causas do derrame e assim indicar o tratamento mais adequado.
Principais causas
Entre as causas mais comuns do derrame articular estão as lesões decorrentes de torções ou pancadas no joelho, o que é muito frequente em quem pratica esportes de alto impacto.
Além disso, traumas causados por acidentes ou quedas de alto impacto também podem causar derrame articular, o que normalmente também afeta outras estruturas como os ossos, as cartilagens, os tendões e os ligamentos.
Outras causas relacionadas ao derrame articular são as doenças reumáticas, como artroses, artrites e gota. De modo geral, essas patologias desencadeiam um processo de inflamação grave ou persistente na articulação, o que resulta no acúmulo de mais fluido do que o corpo é capaz de absorver.
Além disso, distúrbios que interferem na coagulação sanguínea, como a hemofilia também podem causar o derrame articular.
Sintomas
De modo geral, os sintomas mais comuns do derrame articular são: dor, inchaço, vermelhidão e aumento da temperatura do joelho. Mas dependendo da quantidade de líquido acumulado na articulação, também pode ocorrer rigidez articular.
Neste estágio do problema, é comum que o paciente tenha dificuldade para dobrar ou esticar completamente a perna, além de sensação de joelho pesado e bloqueio articular – geralmente quando associado com lesão de menisco.
Tratamento
Conforme explica o médico ortopedista Bruno Pavei, geralmente, os líquidos produzidos em excesso pelo derrame articular são absorvidos de forma natural pelo próprio organismo.
“Apenas nos casos em que o edema é muito grande, fazemos a drenagem para alívio da dor. É importante destacar que o derrame é sempre um problema secundário, geralmente causado por uma sinovite, rompimento de ligamento, entorse de lesão de menisco”, esclarece o Dr. Bruno.
Por isso, ao diagnosticar o derrame articular, o especialista realizará exames para descobrir a causa primária do problema, e assim iniciar um tratamento eficaz.
Para tratar o derrame em si e seus sintomas associados, além da punção articular, também costuma-se prescrever medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia. Apenas nos casos refratários ou mais graves recorre-se ao tratamento cirúrgico para tratamento da causa primária do derrame.