O que é:
O ligamento cruzado anterior (LCA) é um importante estabilizador da articulação do joelho e do ligamento do joelho mais frequentemente envolvido em lesões.
Mesmo apóster realizado uma cirurgia de reconstruções deste ligamento uma nova lesão é comum, ocorrendo em 1 a 3 pacientes ao longo de 20 anos (33%), principalmente nos pacientes mais jovens.
Fatores de risco:
Existem diversos fatores de risco para a lesões do ligamento cruzado anterior, que incluem o fato de ser do sexo feminino: as mulheres apresentam algumas características anatômicas que predispõe mais lesões nestes ligamentos, quando comparadas aos homens no mesmo esporte.
Outros fatores relacionam com o tipo de esporte, aqueles que envolvem algum tipo de movimento de rotação (pivot) e pulo estão mais relacionados com a lesão (futebol, basquete…).
As lesões também podem ocorrer em alguns tipos de traumas/acidentes e em pessoas mais idosas e obesas.
Sintomas:
Os sintomas de lesões do ligamento cruzado anterior são divididos em agudos e crônicos. Sintomas agudos estão relacionados ou entorse/trauma inicial e são principalmente dor e edema na articulação acometida, podendo ser de alta intensidade.
Passados algumas semanas após o evento inicial, seguindo um tratamento médico adequado, o paciente pode evoluir sem sintomas ou manter sintomas de dor e instabilidade, que é a sensação que o joelho está frouxo/solto. Tabmém podem estar associados sintomas de diminuição do movimento do joelho e diminuição da massa muscular do membro acometido.
A quantidade e a permanência dos sintomas varia de acordo com o paciente, grau da lesões e presença de outras lesões associadas (lesões multiligamentares, lesões cartilaginosas, lesões meniscais).
Diagnóstico:
O diagnóstico da lesão do LCA se faz com a associações da história da lesão, testes diagnósticos no consultório médico e exame de Ressonãncia Magnética. O RX ocasionalmente é feito, procurando outras lesões associadas.
Tratamento:
O tratamento da lesões do ligamento cruzado anterior é definido após uma boa avaliação do paciente, grau de lesão e lesões associadas. No caso de uma lesão que acometa apenas o LCA a indicação de tratamento cirúrgico vai depender do grau de instabilidade daquele joelho e motivação do paciente frente ao esporte a ser praticado, ou seja, se ele quer retornar ao seu esporte ou não. Existem diversas variáveis que um Ortopedista ou um Cirurgião de Joelho irá agrupar para fornecer o melhor tratamento para aquele paciente.
Quando indicado um tratamento cirúrgico, a grande maioria das vezes o ligamento será substituído por algum enxerto. Este enxerto pode vir de algum tendão do próprio paciente ou então derivado de bancos de tecidos (no Brasil ainda há bastante dificuldade de se conseguir este tipo de tecido).
O novo ligamento (neoligamento) é fixado no fêmur e na tíbia, podendo ser associado com algum outro procedimento extra-articular, dependente do tipo de instabilidade do paciente.
Pós-operatório:
Tão importante quanto a cirurgia é a reabilitação da articulação. Deve ser iniciado o mais brevemente e seguir por um período que varia de pessoa para pessoa, ficando em uma média de 6-8 meses. O neoligamento deve estar tão estável e reintegrado quanto o ligamento nativo do outro joelho para poder retornar ao esporte, apressar-se neste ponto pode causar novas lesões, novas cirurgias e mais tempo de reabilitação.
Complicações:
As complicações podem ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico, realizar todas as prevenções possíveis trazem elas para fragmentações muito baixas, mas ainda existentes.
Riscos estes são: infecções, falha na integração do enxerto, soltura do enxerto, lesões cicatriciais, entre outras. Uma boa orientação médica é fundamental neste momento, pois o paciente deve ir para a cirurgia com plena convicção dos riscos e benefícios do procedimento.
Referências:
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