Quando se fala na possibilidade de implantar próteses no joelho, pacientes geralmente demonstram dúvidas e questionamentos. Chamada de artroplastia, essa cirurgia faz a substituição parcial ou total da articulação, proporcionando o alívio das dores causadas pela artrose em condições avançadas, além de outras patologias.
Por isso, hoje quero falar dos mitos e verdades sobre a colocação de prótese de joelho para esclarecer as principais dúvidas:
MITO: Apenas pessoas com idade muito avançada precisam de prótese de joelho
Na verdade, não existe qualquer restrição absoluta de idade para o procedimento. Avaliamos a indicação pelo controle dos sintomas e grau de função, independente da idade.
É mais comum a prótese ser implantada em pacientes entre 55 e 80 anos, porém pacientes mais jovens que apresentem quadro intenso de dor ou outras patologias, podem ser candidatos ao procedimento.
Uma das indicações da prótese de joelho é para o tratamento para artrose avançada, nos casos em que outros tratamentos já foram realizados mas sem controle suficiente das patologias. Portanto, a cirurgia é para casos mais graves de desgaste, em que grande parte da cartilagem foi perdida, com dor, desvio no alinhamento, instabilidade e dificuldade para movimentar-se completamente, e isso é independente da idade e sim das condições do paciente.
MITO: Quem coloca prótese de joelho não pode realizar exercícios físicos
Após a cirurgia de substituição, os pacientes podem e devem praticar exercícios físicos. No entanto, é preciso um retorno gradual aos esportes, realizando apenas atividades de baixo impacto e sempre seguindo as orientações do médico.
VERDADE: Existem dois tipos de artroplastia
A Artroplastia tem o objetivo de trocar a superfície articular desgastada do joelho. Isso é feito com componentes artificiais de metal e polietileno, especialmente produzidos para esse fim. Existem, porém, próteses parciais ou totais.
As próteses parciais são usadas se apenas uma parte do joelho precisa ser substituída, sendo uma cirurgia menor e com recuperação mais simples.
É importante entender a real necessidade e estado de reparação, pois quem necessita de prótese total são pacientes com doença tricompartimental, enquanto a artroplastia parcial é recomendada em casos de atingimento monocompartimental.
VERDADE: A fisioterapia é essencial após a cirurgia
Sim! A fisioterapia tem um papel essencial na recuperação funcional do joelho operado. É a partir dela que a reeducação do paciente será realizada, assim como o aumento do nível de atividade e funcionalidade após a artroplastia.
Após a cirurgia será programada a reabilitação do paciente logo no dia a seguir do procedimento, ainda dentro do hospital. Após, o paciente deverá iniciar sua fisioterapia ainda em casa, para a total recuperação das funções.
Durante a fisioterapia serão feitos trabalhos de fortalecimento muscular dos dois membros superiores e do membro inferior não operado, para que as atividades diárias progridam e tenham mais segurança. Já no joelho operado, serão trabalhados exercícios para o controle da dor, ganho de amplitudes articulares, ganho de força muscular global, ganho de flexibilidade e equilíbrio, e ainda, reaprendizado do padrão correto de marcha.
VERDADE: A colocação da prótese diminui as dores e melhora a qualidade de vida
Isso também é verdade. Nas primeiras semanas após o procedimento é normal sentir dores leves. Porém, a força, o movimento e o equilíbrio aumentam progressivamente com a reabilitação. Os pacientes costumam apresentar uma grande melhora da função do joelho entre três e seis semanas depois de realizada a artroplastia, com incremento da capacidade já nos primeiros meses.
Se você tem mais alguma dúvida sobre a artroplastia, agende uma consulta e vamos analisar o seu caso. É importante avaliar todos os critérios para entender a real necessidade do procedimento, com exames e diagnósticos completos.
Sobre o Dr. Bruno Pavei
O Dr. Bruno Pavei formou-se em Medicina pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), em Criciúma/SC. Fez residência em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e completou sua formação em Cirurgia do Joelho no Instituto Cohen, em São Paulo/SP.
É membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ). Atualmente possui consultório de Ortopedia e Traumatologia na Osteoclínica, em Criciúma-SC, conhecido como o maior centro de Ortopedia e Traumatologia do sul de Santa Catarina e faz parte do corpo clínico dos principais hospitais da região. Saiba mais clicando aqui.
As informações disponíveis neste site possuem apenas caráter educativo. Apenas uma avaliação com um profissional médico possibilitará o diagnóstico de doenças, a indicação de tratamentos e a prescrição de medicamentos.